sábado, 16 de maio de 2020

Conhecida Revista Portuguesa «Nova Gente» dá a conhecer alguns Pormenores sobre Paulo Futre!



                                           Nova Gente dá a conhecer a Vida Profissional
                                           e Pessoal de Paulo Futre.

      Embora se possa ter perdido um Excelente Bate-Chapas, tal fato acabou por dar resultado pois Paulo Futre transformou-se com o tempo num dos Melhores Futebolistas das Décadas de 1990-2000. Aliás, Futre era tão Bom Jogador que o Lendário Líder Desportivo do
Futebol Clube do Porto acabou por mesmo por concretizar uma «loucura» ao tê-lo contratado para fazer parte do Plantel Portista e ainda há menos tempo atrás, concretizou o sonho de ser o «Sócio» perante o ponto de vista de todos os Portugueses.

       
Joana Oliveira: Ainda se lembra do nome completo do seu vizinho, que teve de decorar para entrar naquele primeiro torneio por não ter idade?
        Paulo Futre:
Rogério Paulo Viegas Alves.

       Joana Oliveira: Mantém contacto com ele?
       Paulo Futre:
Sim, é meu amigo de infância. É um ano mais velho e quando vou ao Montijo costumo estar com ele. É um amigo do coração, conheço-o praticamente desde que nasci. Ele vivia no número 14, a minha avó no 16 e eu no 18. Era um ano mais velho do que eu, mas para o futebol era horrível.

        Joana Oliveira: Quando olha para um jogador como Ronaldo- focado ,obcecado até com os treinos e em manter-se bem fisicamente- não pensa: «Caramba, se eu tivesse aquela cabeça era o melhor do Mundo de todos os tempos»?
        Paulo Futre:
Não posso dizer isso assim. Por exemplo, Eu fumava, mas era muito controlado: 12 cigarros à terça, dez à quarta, oito à quinta e seis à sexta. Mas cuidei-me sempre bem, descansava sempre muito. Tirando os primeiros tempos no Porto... abusava um bocadinho.

        Joana Oliveira: Portugal teve Eusébio, Figo, Ronaldo. Mas com a «menina» nos pés, algum deles era melhor do que o Futre?
       Paulo Futre:
A nível de talento puro de rua todos temos, ninguém pode comparar-se a ninguém. Eu e o Figo éramos dois extremos de grande talento, mas o Cristiano é um extraterrestre. Não consegui chegar lá.

       Joana Oliveira: É verdade que se perdeu um grande bate-chapas? 
       Paulo Futre: Dizem que sim.

       Joana Oliveira: Lembra-se de quanto foi o seu primeiro ordenado e o último?
       Paulo Futre:
Primeiro ordenado foi aos 15 anos: dez contos. O último foi, aproximadamente, um milhão de euros.

       Joana Oliveira: Pinto da Costa fez-lhe um contrato milionário que o tirou do Sporting. Conte a história mais incrível ou caricata que viveu com o Presidente do FC Porto. 
       Paulo Futre: A primeira vez que o vi, disse-me a emblemática frase que ficou gravada até hoje. «O FC Porto vai ser tu e mais dez». Pinto da Costa é uma pessoa com um sentido de humor maravilhoso, foi uma pessoa que me marcou. Já tinha a mãe dos meus filhos e, quando eu abusava, ele chamava-me lá acima e dizia-me: «Paulinho, não achas que estás a abusar?». E quando era chamado, já tinha levado umas broncas do mister Octávio Machado. Pinto da Costa aparecia em último caso, mas conseguia sempre colocar-me na linha e sem levantar o tom de voz.

       Joana Oliveira: E Gil  Y Gil, líder do Atlético de Madrid? 
       Paulo Futre: Oh pá... estava todos os dias em contacto com ele. Sobre isso, vou escrever o meu último livro. Cheguei ao clube tinha 21 anos com um plantel mais velho, com jogadores da Seleção Espanhola. No dia da apresentação, chamou-me à sala dele e disse-me: «Vais ser o capitão». Pensei que ele era maluco, que me queria matar. Era um miúdo, o único português e o balneário era de peso. Era impensável. Pedi-lhe dez vezes para não fazer isso. Ele era um grande presidente, mas tinha um defeito em comparação com o Pinto da Costa: a falta de paciência. Perdia-a com muita facilidade. Tive 14 treinadores em quatro anos. Queria ser sempre campeão, tinha um mau perder terrível. Se corria mal, chegava ao balneário e havia sempre confusão.

        Joana Oliveira: Sempre geriu bem o assédio feminino? Parece que no FC Porto recebia cartas com fotos fantásticas e depois encontrava-se com elas e não era bem assim...
       Paulo Futre:
Inventava sempre a mesma desculpa: dor de dentes. Em Espanha, aconteceu uma situação caricata: uma fã ia sempre aos treinos e todos os dias me levava uma prenda, obrigava-me a aceitar e escrevia-me cartas quase todos os dias. Até que começo a evitá-la e passou a ir a minha casa e a tocar à campainha. Isto durante meses. Aconselharam-me a ir fazer queixa porque já tinha conseguido o meu número de casa e ligava á minha procura. Até que tive a ideia de ligar para ela e ir tomar um café. Comecei a ser eu a ligar para ela até tirar aquela obsessão que tinha.

      Joana Oliveira: Temos a sensação de que esteve uns anos afastado do espaço mediático em Portugal e volta a aparecer com a conferência de Imprensa de Dias da Cunha à presidência do Sporting, onde falou de charters de chineses para Portugal. Na altura, foi alvo de muitas piadas, até da Imprensa e de comentadores. Agora não lhe apetece dar umas valentes chapadas nessa gente?
       Paulo Futre:
Aquelas eleições foram um trauma para mim e ainda hoje são. Depois, tive vários convites e recusei. Aquilo foi uma loucura, tive aqueles pseu-documentadores que tinham a obrigação de saber que aquilo não saiu de mim. Um jogador japonês tinha sido pelo Peruggia, em Itália, e rendeu milhões. Mais tarde, a Espanha adotou a mesma estratégia com o primeiro jogador japonês a ir para um clube espanhol e, só nesse jogo em que entrou na segunda parte, estavam 300 milhões a assistir. O mais engraçado de tudo isto é que, devido a essa situação, toda a geração mais jovem começou a chamar-me «sócio» e a reconhecer-me porque os pais lhes diziam quem eu fui. Vinham ter comigo e diziam-me: «Sócio, tu eras o Idolo dos meus pais e avós». 
       Joana Oliveira: O que fazem atualmente os seus filhos?      
      Paulo Futre: O meu filho Fábio é treinador das camadas jovens no Atlético de Madrid. O mais velho é um caso sério... digo sempre que o meu talento do pé esquerdo lhe foi para a cabeça. É um campeão, está entre os melhores alunos de sempre da Universidade de Artes. São os dois um grande orgulho. O mais velho é mais parecido comigo, já o Fábio é mais tímido.

       Joana Oliveira: E o Paulo é um bom marido?      
       Paulo Futre: Se me pudesse pontuar, dava-me um 8 depois de ser pai e um 5 antes de ser pai, numa escala de 0 a 10. Fui pai aos 23 anos, nunca fui casado, mas, como companheiro, classificava-me assim. O 5 não é pela relação em casa, mas, sim, fora de casa. Fazia muita coisa às escondidas. Aos 20 anos, a cabeça algumas não teve juízo, mas depois de ser pai deixei de fazer essas coisas...

        Joana Oliveira: Em Agosto do ano passado, perdeu o seu pai. Sempre tiveram uma relação muito forte. Foi a maior derrota da sua vida?      
        Paulo Futre: Sempre, sempre. Mais, recentemente, estava ao lado dele a ver um jogo de futebol-já ele estava doente- e fez-me um elogio: «Se jogasses agora, estes jogadores não serviam para te engraxar as botas». Foi o primeiro elogio que ele me fez. Estava ao lado dele e até fiquei admirado, porque ele buscar sempre algum defeito.

          Joana Oliveira: E na jogada genial que fez na final da Liga dos Campeões e deu golo, disse-lhe que a finalização foi a de um jogador da distrital?      
          Paulo Futre: Esta é a frase dele em 87. Nunca ninguém me viu o erro e ele percebeu. Só ele é que viu logo que eu não queria passar a bola. Quando chegámos ao aeroporto, estávamos eufóricos e ele chegou ao pé de mim e disse-me: «Fizeste uma jogada de génio e como é que pudeste fazer aquela finalização de um jogador da distrital?» Sai do estádio como o melhor jogador do Mundo, a pensar que ia ser Bola de Ouro e chego ao pé dele e diz isso. Orgulhoso, mas queria que tivesse sempre os pés assentes na terra.




 
            

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