Jovem Cantora confessa a Felicidade de Ser Mãe:
«Sinto Necessidade de Voltar a Ser Mãe»
Tratando-se a Jovem Cantora Mónica Sintra de uma das Vozes mais reconhecidas em Portugal, A Artista Musical volta agora que se aproxima a cada dia que passa mais depressa o belo Dia de Natal, a falar com a conhecida Revista Social Lisboeta Nova Gente sobre os mais variados Temas Sociais: Música, Família, Natal bem como da bela decisão que tomou de vir a ter outro Filho quer seja ele Adotivo quer venha ao Mundo através de Inseminação Artificial.
Anabela Pereira Fernandes: Porque é que mudou tantas vezes de visual em 2019? Este que agora registamos até é dos mais simples… Já teve o cabelo azul, cor-de-rosa.
Mónica Sintra: Sim (risos). Eu sempre gostei de mudar de cabelo. Lembro-me de o fazer desde os 14 anos... No tempo em que se lançavam mais álbuns, a cada trabalho mudava de visual, ao ponto de hoje me lembrar melhor do penteado que tinha nesses anos do que do nome dos álbuns. Entretanto, os álbuns físicos entraram em desuso e os músicos começaram a lançar só temas nas plataformas digitais... E foi por isso que, desde janeiro de 2019, fiz mudanças de três em três meses, ao ritmo do lançamento dos singles. Esse projeto vai terminar em janeiro, o que, por um lado, é bom, porque vou dar descanso ao cabelo.Anabela Pereira Fernandes: Dos muitos looks que já teve há algum que prefira?
Mónica Sintra: Sim, loira. É o look mais consensual na família e acho que é o que fica melhor com o meu tom de pele e personalidade. O cabelo e os penteados, para mim, têm muito a ver com o estado de espírito… Igual ao que muitas pessoas fazem com os brincos. No próprio dia, consoante se vestem, escolhem uns brincos curtos ou compridos.
Anabela Pereira Fernandes: Ultimamente não a vemos tanto na televisão como há uns anos. Para a sua carreira não era importante que aparecesse mais?
Mónica Sintra: Este ano, por acaso, não tenho razões de queixa porque, de três em três meses, fiz todos os programas que têm música. Por isso, até tenho ido com regularidade á televisão.
Anabela Pereira Fernandes: Passados 21 anos desde os temas Afinal Havia Outra e Na Minha Cama Com Ela é a estas canções que continuamos a associá-la, apesar de já ter lançado tantas outras. O que explica isto?
Mónica Sintra: É uma mistura de fatores. As rádios, há 20 anos, passavam massivamente determinadas músicas. E esses dois temas começaram por ser êxitos nas rádios. Depois, ninguém sabia quem era a cantora do Afinal Havia Outra até eu integrar o júri do Big Show Sic. Não fui lá cantar, mas, ai sim, fiquei conhecida como a menina do Afinal Havia Outra. E havia outros programas de televisão que iam buscar os artistas que as rádios mais tocavam e cujos nomes tornaram-se conhecidos. Hoje, há programas e vão lá muitos artistas, mas só cantam e nem têm a oportunidade de ser entrevistados por um minuto que seja. Assim, conseguimos ficar com o nome do artista ou da sua música no ouvido.
Anabela Pereira Fernandes: Já passou por isso?
Mónica Sintra: Sim, já passei por isso. E, realmente, não gosto de ir a esses programas porque, para mim, isto é uma troca e é uma questão de respeito pelo artista. Já que nós vamos lá cantar gratuitamente e estamos a preencher quatro minutos do programa deles, o mínimo que nos devem é uma entrevista, nem que seja de um minuto, para podermos explicar ao público o que estamos a fazer: quando é que a música sai, por onde vamos estar em breve… É certo que nós, artistas, estamos lá para nos promovermos, mas não chega. Eu preciso de promover a minha música, mas o meu nome também. Dizer onde é que as pessoas podem encontrar-me. No meu caso, é através do Facebook, Instagram.
Anabela Pereira Fernandes: Tem-se recusado a ir a esses programas?
Mónica Sintra: Não me tenho recusado. Até porque ir á televisão e às rádios é extremamente importante. Mas tenho imposto que só vou se houver entrevista. Porque nós somos mais do que quatro minutos de música e, se eu perdi tempo para ir lá, tem de haver também uma parte comigo. As pessoas também querem conhecer-me um bocadinho melhor e não é só através de uma música que nos conhecem. Acho que também tem de haver um bocadinho de bom senso e educação. Às vezes, deslocamo-nos e prescindimos de um dia com a nossa família para irmos cantar uma ou duas músicas a um sitio longe, vimos embora e nem um boa-tarde nos dão.
Anabela Pereira Fernandes: Nessas condições, ainda é possível viver só de música?
Mónica Sintra: Para mim, é. Tenho sorte de viver única e exclusivamente da música há 25 anos. Porque comecei a trabalhar cedo, porque quis! O arranque foi um investimento dos meus pais, claro, mas, a partir dai, o dinheiro foi sendo guardado e a gestão foi feita pela minha família para que eu pudesse ir seguindo. Os meus pais tiveram sempre o cuidado de ir guardando esse dinheiro para eu ir investindo em trabalhos. Paguei sempre os meus trabalhos pelas editoras por onde passei. A música foi sempre um investimento pessoal e familiar. E as coisas têm corrido bem.
Anabela Pereira Fernandes: Mesmo com menos mediatismo?
Mónica Sintra: Sim, continua a ser possível, com os necessários ajustes, de vez em quando. Numa certa altura, eu quis, como qualquer artista, ter o prazer de fazer o espetáculo com banda… Nessa altura, houve uma redução dos concertos e eu tive de optar. Moldei-me! Continuo a fazer alguns concertos com banda, mas também tenho a outra vertente, com bailarinas e playback instrumental, o que tem um custo mais baixo. Temos de nos ir adaptando às circunstâncias e ao mercado.
Anabela Pereira Fernandes: O que era necessário para ter outro sucesso como o Afinal Havia Outra?
Mónica Sintra: É difícil porque nós, quando gravamos uma música, não sabemos se vai ser um grande êxito. Nunca sabemos muito o que as pessoas querem, se é funk, quizomba… Por isso, temos de nos manter fiéis à nossa identidade. É difícil construir êxitos como os de 1998 ou 99, mas sou muito feliz com aquilo que tenho.
Anabela Pereira Fernandes: Gostaria que voltasse a acontecer?
Mónica Sintra: Não renego o Afinal Havia Outra nem o Na Minha Cama Com Ela, são, sem dúvida, momentos altos, mas posso dizer que, apesar de só ter saído em Julho, a música Caviar, um tema muito animado, foi o ponto alto dos meus espetáculos de agosto e setembro. E isso já tem a ver com a projeção das redes sociais…
Anabela Pereira Fernandes: O Duarte vai fazer nove anos no dia 8 de Dezembro. Em que fase é que ele está?
Mónica Sintra: Está na fase do «eu já sei» ou «eu já ouvi, mamã!». Ele é muito irrequieto e respondão, mas, por outro lado, é muito perspicaz, tem uma doçura enorme e é um menino muito sensível a tudo o que se passa à sua volta.
Anabela Pereira Fernandes: Nesta produção fotográfica não esteve nada tímido, como é habitual nas crianças?
Mónica Sintra: Ele é muito extrovertido- até demais!- e nada tímido. Agora, parte do princípio que, como eu apareço na TV, conheço todos os que lá vão, inclusive os internacionais. No outro dia, perguntou-me se eu tenho o telefone da Celine Dion.
Anabela Pereira Fernandes: O Duarte já sente atração pelo seu mundo?
Mónica Sintra: Sente. Por um lado, isso é bom e eu nem o posso contrariar, se essa era uma coisa que eu própria já pedia aos meus pais. Por outro lado, tenho de pôr um travão, porque não gosto de ouvir dizer que ele está sempre aluado por passar a vida a cantar.
Anabela Pereira Fernandes: Ele terá potencial para ser artista?
Mónica Sintra: Tem, porque é muito afinado a cantar, desinibido e muito coordenado a dançar. Por isso, seja para a dança, seja para o canto, acho que terá potencial. Vou tentar que ele desenvolva isso mais tarde, quando tiver outro espirito… Embora isto soe estranho, eu, aos nove anos, já tinha espírito de trabalho, ou seja, já pensava: «Eu quero ser cantora, vou trabalhar para isso». Ele não! É mais: «Tu levas-me? Eu posso cantar contigo?». Ele tem que entender que se quer, tem de trabalhar para isso.
Anabela Pereira Fernandes: Ele também joga futebol…
Mónica Sintra: E adora. É o desporto de eleição dele e vive para aquilo. Agora, é avançado, embora ainda estejam numa fase de definição de posição. Mas os jogos são uma brincadeira que ele, porém, leva muito a sério. Está na fase de encantamento, a pensar que pode ser um Ronaldo desta vida!
Anabela Pereira Fernandes: Como é que são os vossos Natais, sendo o Duarte filho de pais separados?
Mónica Sintra: Inicialmente, era como o Tribunal decidiu: a noite de Natal com um e o dia com o outro. Entretanto, a nossa relação de educadores e pais que querem ter uma criança feliz foi-se reconstruindo e, por isso, hoje adaptamos as coisas consoante é melhor para o Duarte e para as famílias. Há uns tempos, reparámos que a minha família liga mais à noite de Natal e a família do pai liga mais ao dia, porque aproveitam ir até Rio Maior. E é assim que temos feito. As dificuldades que, de facto, existiram no passado entre mim e o Sérgio estão resolvidas.
Anabela Pereira Fernandes: E como é nos aniversários do Duarte?
Mónica Sintra: Nós celebramos o aniversário do Duarte juntos. E ele gosta de ver que os pais e os avós se dão bem. De vez em quando, vamos jantar todos ou vamos ao cinema, até porque temos sempre assuntos para debater em relação ao Duarte. Obviamente, não fazemos disto uma coisa regular, até para não confundir.
Anabela Pereira Fernandes: O Duarte já tem algum irmão da parte do pai?
Mónica Sintra: Ainda não. Mas é algo que ele quer, desde sempre. Quer irmãos, uma irmã…
Anabela Pereira Fernandes: E poderá vir a ter um irmão em breve?
Mónica Sintra: Pode acontecer e é um assunto falado em casa. Ele pede muito. Além disso, eu sou filha única e nunca gostei muito de o ser... Temos conversado sobre as possibilidades de o Duarte ter um irmão e nas possíveis formas de o ter. Seja pela via da adoção ou sendo eu mãe através de inseminação artificial. Ou, se voltar a ter um companheiro, quem sabe, talvez venha a ter outro filho...
Anabela Pereira Fernandes: Este ano, a Mónica já teve um namorado. E agora, tem?
Mónica Sintra: Tive, sim, mas, neste momento, não tenho namorado.
Anabela Pereira Fernandes: Mas sente necessidade de voltar a ser mãe...
Mónica Sintra: Sim, sinto necessidade de voltar a ser mãe porque, desde cedo, quis ser e sempre fui adiando por vários motivos. Ou porque não tinha um companheiro, ou porque achava que a pessoa com quem estava não era a certa para ser pai, ou ainda por estar muito envolvida com o trabalho... E ainda bem que engravidei sem planear, pois acredito que iria adiar ainda mais a maternidade e não teria nascido o Duarte. Agora, que já sei que é possível com a ajuda do meu núcleo familiar ter o melhor dos dois mundos- criar um filho e trabalhar naquilo que gosto-, acho que chegou a altura de sobrecarregar ainda mais a minha mãe (risos).
Anabela Pereira Fernandes: É agora ou nunca?
Mónica Sintra: Ainda tenho mais uns anitos... Hoje, a medicina está tão avançada... Quer a medicina, quer a adoção. Mas claro que não pretendo adiar muito, porque não queria que a diferença de idades para o Duarte fosse tão grande e gostava de ser uma mãe ativa...
Anabela Pereira Fernandes: A hipótese mais forte que coloca para ser mãe é através da inseminação artificial?
Mónica Sintra: Coloco as duas hipóteses, quer a inseminação artificial quer a adoção. Estão ambas em cima da mesa e ambas já foram discutidas em família. E os meus pais estão á vontade com qualquer decisão que eu tome.
Anabela Pereira Fernandes: Já iniciou algum desses processos?
Mónica Sintra: Não queria falar sobre timings, porque o Duarte já lê e o facto de já lhe falado sobre a adoção faz com que, quase todos os dias, me pergunte quando é que vamos ter um bebé. E são processos que podem ser demorados.
Anabela Pereira Fernandes: Mas a decisão já está tomada?
Mónica Sintra: Sim. Uma ou outra decisão vai acontecer. Falar sobre timings é que é difícil.
Anabela Pereira Fernandes: É feliz com a sua família tal como está?
Mónica Sintra: Sou. Se poderia ser mais feliz com um companheiro? Não sei. Sou feliz neste formato, senão teria mantido algumas relações que já tive. Mas senti necessidade de voltar a estar sozinha porque, no fundo, nunca estou sozinha.
Anabela Pereira Fernandes: O que é que gostaria de ter no sapatinho neste Natal?
Mónica Sintra: Gostava muito de concretizar a gravação de um DVD no Coliseu dos Recreios, mas seria um grande investimento para mim... Em termos pessoais, é um bocado difícil pedir mais do que tenho. Por isso, a acrescentar alguma coisa seria ter mais um elemento na família, mas isso poderá estar, ou não, nas minhas mãos.
Anabela Pereira Fernandes: Teve sorte com os seus pais, já que a história da música está cheia de parcerias desastrosas quando os pais tomam conta das carreiras dos filhos...
Mónica Sintra: Tive muita sorte. No início, o mérito foi dos meus pais. Quando a minha mãe agarra na minha carreira para ser a minha empresária, tive sorte porque a empresa dela fechou e ela acabou por dedicar-se de corpo e alma a mim sem que ninguém lhe tenha ensinado nada do meio. Ela é a melhor agente que eu posso ter. Jamais a trocaria por outro.
Anabela Pereira Fernandes: A sua mãe só toma conta da sua carreira?
Mónica Sintra: Sim, mas estamos a criar a estrutura na produtora Dupla M (de Mónica e Maria João- a mãe) para começarmos a agenciar outros cantores. No dia em que a minha mãe disser «já não quero», arrumo as minhas coisinhas e saio. Porque só ela é que sabe defender os meus interesses.
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